Leia, reflita e vivencie 05/05
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NOTÍCIAS – CINEMA – FRASES CULTURAIS
“Quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê.” Monteiro Lobato
Notícias
QUEIJO ARTESANAL MINEIRO VIRA PATRIMÔNIO
Por aclamação, o conselho consultivo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) aprovou anteontem, após reunião no Museu de Artes e Ofícios,
“O estilo pode ser muito claro e muito alto. Tão claro que o entendam os que não sabem. E tão alto que tenham muito que entender os que sabem.” Padre Antônio Vieira
Cinema
61º FESTIVAL DE CANNES - Dramas familiares entram na competição
Dois dramas familiares, similares na densidade emocional, mas radicalmente diferentes na forma, estrearam ontem na competição pela Palma de Ouro no 61º Festival de Cannes.
O francês "Un Conte de Noël" (um conto de natal), de Arnaud Desplechin, tem na enfermidade -dois casos de câncer de medula e um de esquizofrenia- a detonadora das desavenças, mas também a ocasião da reunião da família Vuillard, cuja matriarca é interpretada por Catherine Deneuve.
Já o turco "Üç Maymun" (três macacos), de Nuri Bilge Ceylan, usa o desvio e a culpa como elementos de ligação e afastamento da família -por dinheiro, o marido assume um delito que não cometeu; a mulher o trai, quando se apaixona por outro; o filho comete um crime, por vingança.
Enquanto "Un Conte de Noël" -no qual a crítica francesa deposita as esperanças de que o país quebre o jejum de 21 anos sem vencer a Palma de Ouro- é palavroso e toma códigos do melodrama, "Üç Maymun", cujo diretor tem histórico de prêmios em Cannes, dispõe do silêncio e da inação para revelar os conflitos internos dos personagens.
Os principais fatos do filme, como os crimes e a traição, não são mostrados. "Em primeiro lugar, gasta-se muito dinheiro para filmar realisticamente um acidente", diz Ceylan, adepto da produção artesanal, com equipe e recursos mínimos. "Mas eu realmente gosto mais de não mostrar [esses fatos], porque talvez na imaginação você crie melhor [as cenas]", acrescenta.
O diretor turco diz que compreende "a arte como um modo de exprimir as nossas incertezas". Nas vidas dos personagens de seu filme, o conflito em relação aos próprios sentimentos e atitudes são elementos cotidianos.
Afetos e ódios
No longa de Arnaud Desplechin, os afetos e ódios entre familiares não ficam represados por muito tempo. Eclodem em diálogos sinceros, como em um no qual mãe e filho declaram não amar um ao outro. "Gosto dessa cena, porque esse é um tipo de coisa que é proibido de dizer", afirma a atriz Catherine Deneuve.
"Muito liberador" é como a atriz Chiara Mastroianni classifica o longa. Filha de Deneuve com Marcello Mastroianni, Chiara interpreta no filme a nora de quem a sogra (Deneuve) não gosta. Ela, porém, é objeto do amor não apenas de seu marido como também de um primo dele. FSP 17.05
61º Festival de Cannes
O cineasta brasileiro Fernando Meirelles disse que se preparou "para a colisão" quando seu novo filme, "Ensaio sobre a Cegueira", foi convidado a abrir o 61º Festival de Cannes, o que ocorreu anteontem. O choque que Meirelles aguardava não tardou. Críticos de vários países reagiram ao longa "Ensaio sobre a Cegueira" com opiniões opostas e enfáticas, em textos publicados ontem.
O crítico do jornal britânico "The Guardian" Peter Bradshaw afirmou em seu texto que "Ensaio sobre a Cegueira" é um drama "com imagens soberbas, alucinantes de colapso urbano. Tem, em seu centro, uma verdadeira espiral de horror, ainda assim, é iluminado com delicadeza e humor. É cinema corajoso, magistral".
No diário norte-americano "Los Angeles Times", Kenneth Turan também aprovou o filme. "Na verdade, só um diretor com a particular combinação de talentos de Meirelles poderia ter levado com êxito à tela a mistura de desespero e esperança do livro [homônimo de José Saramago]", escreveu.
A revista "Hollywood Reporter", embora faça ressalvas a aspectos do filme, em resenha assinada pelo crítico Kirk Honeycutt, diz que "na adaptação do livro de Saramago para a tela, o diretor brasileiro teve um extraordinário plano visual e consideráveis desafios cinematográficos a vencer. Portanto, há muita coisa aqui [no filme] para acelerar a pulsação e envolver a mente". Honeycutt conclui que ""Ensaio sobre a Cegueira" é cinema provocador, mas também previsível: choca, mas não surpreende".
Sentimentalismo
Entre os que rechaçaram "Ensaio sobre a Cegueira" está a revista inglesa "Screen". Avaliando o filme como regular, Fionnuala Halligan diz que "Meirelles parece lutar para encontrar um tom, e "Ensaio sobre a Cegueira" fatalmente perde tensão antes da escalada para um bizarro sentimentalismo no ato final".
Ao criticar o filme na publicação americana "Variety", Justin Chang viu "impacto minimizado e excesso estilístico" no retrato do "caos pessoal e coletivo que resultaria se a humanidade perdesse o sentido da visão" e avaliou que o filme "raramente atinge a força visceral da prosa de Saramago".
Dominique Borde, do diário francês "Le Figaro", diz que o filme "prometia uma reflexão antes de se estragar numa metáfora de autodestruição".
O diário francês "Libération" classificou "Ensaio sobre a Cegueira" como "decepcionante" e publicou uma dura crítica, de Olivier Séguret, ao filme.
"O charme teórico da ambição anunciada nos primeiros minutos de "Ensaio sobre a Cegueira" se volta rapidamente contra o filme, como se Meirelles só tivesse colocado o bastão tão alto para estar certo de que passaria por baixo dele", afirma o texto.
Na introdução de sua cobertura do primeiro dia do festival, o "Libération" observa que "a maioria dos produtores e cineastas não gostam nada da situação de abrir o festival".
O incômodo, segue o texto, é com "a primeira projeção para a imprensa, julgada de alto risco. Os jornalistas chegam à Croisette com a faca entre os dentes e o filme de abertura é o alvo dessa agressividade". FSP 16.05
MAI/JUN/JUL/08 CINEMA - Relações com o conhecimento
O título do ciclo de palestras que será apresentado na Livraria Sebinho por 12 quartas-feiras consecutivas a partir de hoje foi escolhido pelo cineasta, escritor, músico e organizador do evento Renato Cunha, numa referência ao dodecafonismo musical. Nesse tipo de composição, nenhuma nota musical se sobrepõe às demais.
Todas as sessões às 19h, na Livraria Sebinho (406 Norte, Bl.C Lj. 14; 3447-4444). Inscrições: www.sebinho.com.br
Hoje(07/05), Teatro e Cinema, com Marcus Mota – O bebê santo de Macon, de Peter Greenaway
Dia 14, Música e Cinema, com Eufrásio Prates – Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha
Dia 21, Sociologia e Cinema, com Ana Maria Roland – Amarelo manga, de Cláudio Assis
Dia 28, Filosofia e Cinema, com Júlio Cabrera – Peixe grande e suas histórias maravilhosas, de Tim Burton
4 de junho, Literatura e Cinema, com Elizabeth Hazin – Desejo e reparação, de Joe Wright
11 de junho, Psicanálise e Cinema, com Tânia Rivera – La jetée, de Chris Marker
18 de junho, Educação e Cinema, com Laura Maria Coutinho – Asas do desejo, de Wim Wenders
25 de junho, Arquitetura e Cinema, com Sylvia Ficher – The fountainhead, de King Vidor
2 de julho, História e Cinema, com Regina Aggio – Adeus, Lenin!, de Wolfgang Becker
9 de julho, Artes Visuais e Cinema, com Elyeser Szturm – Identidade de nós mesmos, de Wim Wenders
16 de julho, Antropologia e Cinema, com Ariana Timbó Mota – Nanook of the North, de Robert Flaherty
23 de julho, Política e Cinema, com Ricardo Caldas – Z, de Costa-Gavras CorBr 07.05
“Conhecer a diferença é aprender a respeitá-la.”
Adotem um local para expor esta resenha, seja no seu Condomínio, seja numa escolinha, mercearia, cabeleireiro, farmácia, açougue, padaria, sua própria casa, em fim qualquer lugar de acesso ao público. EQUIPE ENCONTRO CULTURAL
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Apostar na cultura pode ser um bom negócio.
05/05
FIM 19.05.2008 - Segunda
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